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Sônia Apolinário

Dádiva lança cerveja com lúpulo Mantiqueira

Um lúpulo delicado. Assim Luiza Tolosa, uma das sócias da cervejaria Dádiva descreve o brasileiro Mantiqueira. Com alguns quilos que ela própria e parte da sua equipe colheram em São Bento do Sapucaí (SP) foi criada a South Blossom, uma American Blonde Ale com dry hopping da planta fresca.

“Como as características do lúpulo ainda não são muito conhecidas, optamos por fazer uma cerveja bem leve, onde essas características, sendo mais evidentes ou não, iriam aparecer”, explica Luiza.

Segundo ela, o Mantiqueira tem nuances florais e herbáceos. Na cerveja, o lúpulo se mostra presente, mas de uma maneira delicada “porque ele tem essa característica”.

A South Blossom tem 5.1% de teor alcoólico e 22 IBU. Trata-se de uma edição especial da Dádiva que consumiu 40 quilos de Mantiqueira. O lúpulo foi adicionado à cerveja cerca de 12 horas após ter sido colhido pela própria equipe da cervejaria que também selecionou as flores. A Dádiva fica em Várzea Paulista, distante cerca de três horas de carro de São Bento do Sapucai.

“Foi uma experiência muito bacana conhecer a região e as pessoas que plantam o lúpulo. São 12 fazendas produtoras e eles têm uma cooperativa. Ainda estão aprendendo como cultivar e a conhecer as características do Mantiqueira. O trabalho é feito com bastante cuidado. Todos nós ficamos muito felizes com essa experiência”, relata.

Luiza conta que usar lúpulo fresco em uma receita era um antigo desejo, reforçado após uma viagem. Ano passado, ela e o sócio Victor visitaram uma plantação no Vale Yakima, (Washington, EUA). A região concentra 75% da produção de lúpulonorte- americano e é “cravejado” de cervejarias que, por estarem perto das plantações, usam e abusam de lúpulo fresco nas suas receitas.

“Ver as plantações lá fora foi uma inspiração. Quando soubemos que o lúpulo Mantiqueira estaria disponível para compra, a gente foi atrás”, afirma.

A primeira cervejaria a usar o Mantiqueira foi a Baden Baden, ano passado, que lançou o rótulo sazonal Marzen. Marca integrante do grupo Brasil Kirin, a cervejaria tinha, por contrato, prioridade na compra do lúpulo brasileiro por conta das pesquisas com a planta que estavam sendo financiadas pelo grupo até ser comprado pela Heineken. A Baden Baden comprou 60 quilos de um total de 350 quilos produzidos.

Luiza afirma que o uso do lúpulo fresco não criou dificuldade para a produção da South Blossom. Segundo ela, foi “interessante” testar o Mantiqueira e ela está disposta a experimentar outras espécies nacionais. Se depender somente da vontade da Dádiva, ano que vem, a cervejaria repete a dose no uso do lúpulo fresco em uma receita.

O nome escolhido para batizar o primeiro rótulo da Dádiva com lúpulo nacional indica que a cervejaria leva fé nessa produção. Uma das traduções para a palavra inglesa Blossom é “florescer”.

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