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Sônia Apolinário

Friburgo realiza a 2ª Festa da Flor de Lúpulo

No próximo final de semana, dias 27 e 28, acontece em Nova Friburgo, cidade serrana do Rio de Janeiro, a 2ª Festa da Flor de Lúpulo, no Country Clube. Como na primeira edição do evento, realizada ano passado, a programação principal gira em torno de palestras técnicas. Conhecer os avanços tecnológicos relacionados ao cultivo da planta e os aspectos fito químicos do lúpulo local são alguns dos temas a serem abordados.

A localidade de Amparo foi pioneira no cultivo da planta, na região. Essa história começa em 2016 quando o veterinário Paulo Celles Cordeiro arriscou a cultivar alguns pés de lúpulo para usar na produção de sua própria cerveja. Ele plantou no seu sítio os primeiros pés de Cascade, sob total descrédito dos vizinhos. Agora, a região já conta com pelo menos 13 produtores de lúpulo.

Em 2017, Paulo fez sua primeira colheita. Ele plantara fora de época, o que resultou em uma safra pequena: 1,8 quilo por pé que, depois de seco, se reduziu a 400 gramas. Paulo conta que, este ano, a produção rendeu 12 quilos de lúpulo seco – quantidade ainda pequena, segundo sua avaliação. Fevereiro e março são os meses destinados à colheita, mas, por conta da festa, muitas flores ainda estão no pé para serem vistas pelos visitantes.

Linha de crédito

Este mês, os produtores de lúpulo do Rio de Janeiro ganharam um “presente de Páscoa”. No último dia 17, o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, Eduardo Lopes, anunciou o lançamento de uma linha de crédito do Banco do Brasil, no valor de R$ 600 milhões, para a cultura e exploração do lúpulo no Estado. O crédito será ofertado a pequenos e médios produtores.

Tempero e geleia

Faz parte da programação da festa uma oficina gastronômica com lúpulos, com a chef vegana Clarissa Taguchi. Ela está à frente da empresa Panc Brasil.

Panc significa Plantas Alimentícias Não Convencionais. Clarissa faz, por exemplo, geleia de lavanda, requeijão de arroz fermentado ou sardela que não leva aliche nem sardinha, mas coração de banana – e ela jura que fica com gosto de peixe.

Com um sítio em Amparo, não demorou muito para os lúpulos chegarem na sua cozinha. Ela admite que não tinha ideia de como a planta se “comportaria” em uma panela que não fosse para brassar cerveja. Foi preciso, então, muita tentativa e erro para chegar na geleia e no tempero com lúpulo.

“Para testar o lúpulo, fiz caldo, chá e sopa. Não gostei de nada. Resolvi provar in natura para ver com o que eu associaria. Como tempero, me remeteu a assa fétida. Então, parti daí e fui juntando sabores. Queria algo que não escondesse o cheiro do lúpulo. Quando acrescentei flor de macela gostei do resultado e percebi que estava no caminho. A geleia foi mais difícil. Testei com alho, com limão e não gostei. Tentei só com lúpulo. O amargo no final deu um toque de refrescância, mas ficava uma lacuna de sabor”, conta Clarissa que não gosta de beber cerveja.

Foram meses de teste até que seu tempero de lúpulo fosse concluído com flor de macela, cebola e levedo de cerveja. Já para a geleia, o lúpulo “fechou” com cebola caramelizada.

Segundo ela, o tempero de lúpulo é ideal para molho branco, refogados, peixe, carne de porco e pipoca. Já a geleia pode ser passada direto na torrada ou usada para acompanhar carnes.

2ª Festa da Flor de Lúpulo. Programação completa. Evento pago

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