Livro revela bastidores e crises do STF
Cada vez mais no centro dos holofotes políticos, o Supremo Tribunal Federal virou tema de livro repleto de histórias relacionadas com grandes casos que envolveram o tribunal. “Os onze: O STF, seus bastidores e suas crises”, do jornalista Felipe Recondo e Luiz Weber , estudioso sobre o funcionamento dessa instituição, foi lançado hoje (31) pelo selo Companhia das Letras.
Onze é o número de ministros do Supremo, que atuam como “onze ilhas”. A expressão foi cunhada pelo ex-ministro e ex-presidente do STF, Sepúlveda Pertence, e se consolidou como chave de interpretação para o funcionamento do tribunal, com a proliferação de decisões monocráticas e a sucessão de embates internos.
Sobre os autores do livro, o jornalista Felipe Recondo é especialista na cobertura do STF e acompanha o cotidiano do Supremo há mais de uma década. Luiz Weber estuda o funcionamento do tribunal e analisa os movimentos e forças políticas que interagem com o STF.
Ano passado, Felipe Recondo publicou, pela mesma Companhia das Letras, “Tanques e togas - o STF e a ditadura militar”. Trata-se do primeiro livro dedicado exclusivamente ao papel do Supremo Tribunal Federal, nos anos de chumbo do Brasil.
A obra mostra que o golpe de 1964 recebeu imediatamente o apoio do então presidente do Supremo Tribunal Federal, Ribeiro da Costa. Nos anos seguintes, a Constituição foi substituída por atos de exceção e garantias fundamentais foram suspensas, dando lugar a prisões políticas, cassações, tortura, censura, desaparecimentos e mortes. Como garantidores da Constituição, os ministros do Supremo nunca determinaram a abertura de inquéritos para atribuir responsabilidades nem confrontaram abertamente os militares.
Para o novo livro, ele e Luiz Weber realizaram centenas de entrevistas. De acordo com informações fornecidas pela editora, ao longo de 376 páginas, "Os onze: O STF, seus bastidores e suas crises" apresenta histórias que permitem descrever os contornos, causas e consequências dos grandes casos que envolveram o tribunal, incluindo o recente e polêmico inquérito sobre fake news aberto por Dias Toffoli e comandado por Alexandre de Moraes.
Os autores observam que, desde o julgamento da ação penal 470, mais conhecida como Mensalão, o Supremo Tribunal Federal se aproxima cada vez mais do centro do debate nacional. Seus integrantes se tornaram mais conhecidos da opinião pública. Como consequência, passaram a usar a opinião pública como fundamento para seus votos.
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