Depois de Canadá e São Paulo, BrewLab chega ao Mondial Rio com a inédita NEAPA de cola
Uma New England APA de cola será uma das novidades que a BrewLab levará para o Mondial de la Bière Rio. Será o terceiro evento da franquia que a cervejaria de Niterói participa, somente este ano. Antes de chegar ao Pier Mauá, no próximo dia 4, a marca passou pelo Mondial de Montreal (Canadá) e de São Paulo – a franquia ainda inclui um evento em Paris (França).
No mercado há um ano e sete meses, a BrewLab montará seu estande pela segunda vez no Mondial Rio. Serão 12 torneiras sendo algumas ocupadas com as produções feitas especialmente para o evento. Uma delas é a Haze Baze Cola.
Essa New England APA leva na receita noz de cola - a castanha de uma planta nativa da África tropical. Cervejeiro e sócio da marca, Guilherme Rebelo jura que a cerveja não ficou com o gosto de um refrigerante famoso.
“A noz de cola tem um sabor condimentado doce, está mais para um cravo picante”, comenta ele.
O rótulo foi criado a partir de uma votação popular. As cervejas da série Haze Baze homenageiam baixistas. Como mais uma seria produzida, uma consulta foi aberta entre os fãs da marca e o vencedor foi Lemmy Kilmister (1945-2015) fundador da banda de rock inglesa Motörhead. Segundo Guilherme, o músico gostava de “jack and coke”, o que acabou por inspirar a criação da receita.
Para o festival, a série Haze Baze também ganhou uma versão framboesa, que homenageia Arthur Maia (1962-2018), um músico muito querido em Niterói.
Dentre as cervejas feitas para o Mondial Rio, duas são colaborativas, produzidas com o pessoal do brewpub carioca Narreal: a Marmelada de Laranja (White IPA fermentado com Kveik) e a Coco Nuts Mix (Pastry Sout, estilo que leva na receita ingredientes usados em preparos de sobremesa como coco, castanhas e lactose, que resulta em uma cerveja adocicada, licorosa e encorpada).
Dos rótulos de linha da BrewLab, marcarão presença, por exemplo, a CHS (Black Rye IPA), as Tropical Smothie abacaxi e acerola (Gose), RIP (Russian Imperial Porter), Aristocrat (Barley Wine) e Mol (Export Stout com brettanomyces).
Foi o sucesso feito pela cervejaria, então recém chegada ao mercado, no Mondial Rio de 2018 que rendeu o convite da franquia para participar do festival do Canadá, realizado entre os dias 22 e 25 de maio passado.
“O evento de lá é bem diferente daqui. Só garrafas e latas são comercializadas e os estandes são padrões. Mandamos o que tínhamos disponível e vendemos tudo. A logística e os impostos levaram quase toda a grana que ganhamos com as vendas. Porém, abrimos muitas portas”, conta Guilherme.
Ele observa que nenhum dos sócios da BrewLab pode participar do evento canadense por uma questão de custos. Até porque, todos já estavam nos preparativos para o Mondial de São Paulo (30 de maio a 2 de junho).
Lá, as diferenças em relação ao evento carioca também são grandes, segundo Guilherme. A principal delas é que o festival paulista “ainda está construindo o público do evento”. Ou seja, não é tão cheio quanto o do Rio.
“O melhor é conhecer e poder trocar informações com cervejarias de fora do Rio de Janeiro. O público de São Paulo também é curioso e essa interação é ótima para a marca”, afirma o cervejeiro.
De acordo com ele, tanto lá quanto cá, os eventos não rendem lucro para as cervejarias participantes. Na hora. Mas, pós-evento, “as vendas explodem” e o prestígio da marca aumenta – um fator importante, principalmente, para quem é novo no mercado.
O Mondial Rio está sendo encarado pela equipe da BrewLab como o encerramento de um ciclo. Para o segundo ano da marca, o grupo pretende apresentar muitas novidades – e isso não significa apenas rótulos novos. A grande mudança será na produção da cerveja, que passará a ser feita na própria fábrica, instalada na Vila Cervejeira, em Niterói, onde já funciona o taproom da marca.
Atualmente, as cervejas da BrewLab são produzidas na Nossa Fábrica (Guapimirim), Pontal (Nova Friburgo) e Ograner (Itatiaia), todas na serra fluminense.
A fábrica própria da BrewLab tem capacidade de adega de 3,5 mil litros e permitirá a produção de 250 litros por batelada – algumas cervejarias que atendem ciganos exigem produção mínima de até dois mil litros.
Na opinião de Guilherme, ser cigano é “economicamente inviável”. Ele acredita que esse modelo de negócio, ao mesmo tempo em que permitiu a entrada de novas marcas no mercado, contribuiu para que muitos se lançassem sem estar devidamente estruturados. Juntando esse quadro com a crise econômica pela qual atravessa o país, o resultado, segundo o cervejeiro, é uma cena craft estagnada, pelo menos no Rio de Janeiro.
“A raiz do cervejeiro é a panela. Se não tiver esse movimento, a longo prazo, não haverá renovação. Queremos sacudir isso.”, afirma ele.
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