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Sônia Apolinário

A artista carioca Anna Bella Geiger ganha uma das maiores retrospectivas da sua carreira, em São Pau

A artista Anna Bella Geiger vai ganhar uma exposição que promete ser das mais abrangentes da sua carreira. Até porque, na verdade, são duas que irão “dialogar”. “Brasil Nativo/Brasil Alienígena” é uma correalização entre Sesc SP e MASP. Juntas, as duas instituições abordarão diversos períodos da trajetória da artista carioca de 86 anos que continua produzindo e lecionando. A do Masp inaugura na sexta-feira (29) e a do Sesc no dia seguinte.

No Masp, estarão expostos trabalhos de diferentes períodos da artista, que ocuparão nove salas, configurando seis núcleos temáticos. Estarão lá as representações do interior do corpo humano, do período Visceral, com as gravuras (anos 1960); as apropriações de elementos da cartografia, da geografia e da matemática, nas séries de Mapas (anos 1970-80), Equações (anos 1970-80) e Rolinhos (anos 1990-2000), os conjuntos de cadernos com referências a materiais didáticos (anos 1970), diferentes obras da série Burocracia (anos 1970-2000); e um conjunto de trabalhos em pintura, da série Macios (anos 1980).

No Sesc, estarão três instalações audiovisuais históricas da artista: “Friso, mesa e vídeos macios”, apresentada uma única vez na 16a Bienal de São Paulo (1981), “Circumambulatio”, trabalho criado especialmente para uma exposição no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1972, e “Indiferenciados”, elaborado para uma grande mostra de Anna Bella Geiger no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, em 2001. As instalações serão complementadas com vídeos que exibem trabalhos de diferentes períodos da artista.

“Brasil Nativo/Brasil Alienígena” toma emprestado o título de uma série importante criada por Anna Bella Geiger, em 1977, em que aborda criticamente a história e a realidade social do país, como o passado colonial, a identidade nacional, a representação dos povos indígenas e questões ecológicas, ainda hoje atuais, atravessadas por uma perspectiva e narrativa autobiográficas.

Ativa desde os anos 1950 como artista e desde os anos 1960 como professora no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), a artista participou das primeiras exposições de arte abstrata no Brasil e é um nome pioneiro na introdução do vídeo e das práticas conceituais no cenário artístico brasileiro.

A curadoria é de Tomás Toledo, curador-chefe do MASP, e de Adriano Pedrosa, diretor artístico do museu. No MASP, a exposição se insere no ciclo temático “Histórias das mulheres, histórias feministas”, que guia toda a programação da instituição em 2019. No Sesc, a exposição dá continuidade a um relacionamento com a artista que já expôs em diversos projetos da rede. Além disso, algumas obras de Anna Bella pertencem ao Acervo Sesc de Arte Brasileira.

Serviço

No MASP – Avenida Paulista, 1578

De 29 de novembro de 2019 a 8 de março de 2020

Horários: quarta a domingo: das 10h às 18h; Terça Grátis

Ingressos: R$ 40 (entrada); R$ 20 (meia-entrada)

No SESC - Avenida Paulista, 119

De 30 de novembro de 2019 a 8 de março de 2020

Ingressos: Grátis – Acesso livre, sujeito à lotação do espaço

Horário: Terça a sábado, das 10h às 22h.; Domingos e feriados, das 10h às 19h.

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