Bloco de carnaval carioca Desliga da Justiça lança marca própria de cerveja artesanal
- Sônia Apolinário
- 15 de fev. de 2020
- 2 min de leitura
Um bloco do Rio de Janeiro criou sua própria marca de cerveja artesanal. Era para ser um presente para os integrantes, mas foi colocada à venda para ajudar a pagar as contas do Carnaval deste ano. A Desliga German Lager fez tanto sucesso que o Desliga da Justiça, agora, quer levar a brincadeira mais a sério.

Presidente do bloco, Leandro Monteiro conta que a ideia surgiu como quem não quer nada, em meio a várias outras, para ajudar a levantar fundos para o Carnaval 2020. Ele admite que o grupo é formado por muitos “beberrões” de cerveja mainstream, mas também muitos apreciadores das artesanais.
Uma das ritmistas do bloco, inclusive, não só entende do assunto, como tem um bar e foi a ela que o grupo recorreu para tirar dúvidas. Marcela Freitas, uma das sócias do taproon da mineira Verace, no Rio de Janeiro, não apenas esclareceu as questões como incentivou o grupo a levar a ideia à diante e indicou a cervejaria Trupe, de Engenheiro Paulo de Frontin (RJ), para a produção. E assim foi feito.
“Fizemos várias degustações até chegar na cerveja que queríamos. Foram degustações de leigo, bem entendido. Decidimos por algo leve, que pudesse agradar o maior número de pessoas. Acho que se fosse uma IPA, por exemplo, muita gente não iria gostar”, comenta Leandro.
Segundo ele, foram seis meses de idas e vindas à cervejaria para a Desliga “nascer”. Aliás, a escolha do nome foi outro “parto”. Parece óbvio? Mas não foi unanimidade, de cara.
O bloco encomendou 156 packs, cada um com seis latas de 355 ml da Desliga (4,8% ABV). Cada pack está sendo vendido a R$ 50. No rótulo, criado pelo grupo, consta que se trata de uma edição especial, “lançamento para o Carnaval 2020”. Vender no desfile não foi possível por conta do patrocínio de uma outra cervejaria que o grupo obteve.
A ideia inicial era que a lata fizesse parte do “Kit Batuqueiro”, junto com a camisa e botton do bloco. Resolveram, porém, vender a Desliga em alguns ensaios, em janeiro, para arrecadar fundos para o desfile (parado) que aconteceu no último dia 8, no Jardim Botânico. Este ano foi o 11 º Carnaval do Desliga da Justiça que atrai foliões com fantasias alusivas a super-heróis. Foi o primeiro fora do seu lugar habitual, a Praça Santos Dumont, por uma decisão da Prefeitura. O novo local deu um nó no trânsito da região. O bloco atrai cerca de 12 mil pessoas.

“Não tivemos tempo de divulgar, organizar as vendas. Mas a galera gostou. Estão nos procurando para comprar a cerveja. Vamos parar agora para desenvolver essa ideia melhor. Vimos que a brincadeira pode, mesmo, dar samba. Podemos nos organizar e vender a nossa cerveja ao longo do ano. É uma ideia”, afirma.
Até o final do Carnaval, o Desliga da Justiça faz duas apresentações no Rio: no Museu de Arte Moderna, dia 22 de fevereiro, na festa “Balacobaco”, e no dia 24, no Jockey Club Brasileiro, vizinho do local onde foi o desfile, no evento "Minha Vida é Bloco". Em nenhuma dos duas será possível vender a Desliga. Quem quiser experimentar terá que entrar em contato direto com o grupo, pela página do Facebook do bloco.
Para comentar, aqui