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Sônia Apolinário

Festival Brasileiro da Cerveja antecipa repasse das vendas

O Festival Brasileiro da Cerveja antecipou o repasse das vendas realizadas durante o evento. O pagamento aos cervejeiros está previsto para ser feito amanhã (quarta-feira, 25) e não mais no dia 20 de abril. A medida tem como objetivo contribuir para minimizar o impacto nos negócios do segmento, devido à paralisação das atividades por conta da epidemia do Corona vírus . A informação foi dada por Develon da Rocha, presidente da Associação Blumenauense de Turismo, Eventos e Cultura (Ablutec), responsável pelo festival.

Em entrevista para Lupulinário pelo Whatsapp, ele admitiu que, na véspera da abertura do evento, foi cogitado o seu cancelamento, também por causa do Covid-19.

No último dia 21, a Stier Bier, de Igrejinha (RS), divulgou nas suas redes sociais que um de seus funcionários testou positivo para o novo Corona vírus. Ele esteve presente no Festival da Cerveja de Blumenau durante toda a segunda semana de março (entre os dias 10 e 15) “onde, provavelmente, teve contato com o vírus”. O comunicado da cervejaria informa que o funcionário está sendo tratado e, até aquela data, seu quadro estava “estável e sem febre”.

“Cogitou-se cancelar o festival. A decisão de manter foi tomada em cima de números. Até aquela data, os casos estavam sob controle. Já se passaram dez dias e mais ninguém que esteve no Festival apresentou sintomas da doença. Se o evento fosse uma semana depois, teria sido cancelado porque as informações eram outras”, afirma Develon.

A edição 2020 do Festival Brasileiro da Cerveja teve uma queda de 12% no número de visitantes, em relação ao ano passado. O evento reuniu 27.785 pessoas, em Blumenau (SC). De acordo com o presidente da Ablutec, a queda de público foi provocada pela "crise do Covid-19".

“O público queria o evento. Tanto que no primeiro dia, tivemos um público de oito mil pessoas. Nos dias seguintes, conforme o volume de casos foi aumentando, essa diferença foi reduzindo”, observa.

A edição 2021 está marcada para ser realizada de 10 a 13 de março. Agora, ele aguarda as respostas da pesquisa de satisfação, feita durante o evento, para avaliar o que precisa ser melhorado para o ano que vem.

Eleito em outubro passado na presidência da Ablutec, Develon conta que, grande parte do trabalho relacionado com a edição deste ano do festival "já estava efetuado" quando tomou posse. Agora, ele diz que quer “ouvir as demandas do setor”.

Leitores da coluna Lupulinário, em comentários, fizeram algumas reclamações da edição 2020 do festival: diminuição do número de cervejarias, sendo a maioria do sul do país; marcas mais famosas praticaram preços muito altos nas suas cervejas; grande número de cervejas de baixa qualidade.

Em relação ao número de cervejarias Develon informa que, ano passado foram 117 participantes, contra 100 deste ano. Segundo ele, essa redução é um pedido antigo das cervejarias "para gerar mais vendas" para as participantes.

Em relação aos preços, ele afirma que estavam “dentro da normalidade”. Sobre qualidade, não poderia opinar, mas observou que todos que conquistaram medalhas no Concurso Brasileiro de Cervejas estavam presentes no Festival.

Develon admite que 53% das cervejarias eram do sul do país e que o propósito do evento é ter cervejarias de todos os estados. Ele observa que 22 deles marcaram presença no concurso.

Do lado das cervejarias, há uma reclamação antiga: muitas marcas defendem que grandes grupos e empresas pertencentes a grandes grupos não deveriam participar do evento. Em 2018, cervejarias do Paraná chegaram a boicotaram o Festival. No concurso deste ano, a Best of Show foi para a Guanabara, uma Wood and Barrel-Aged da Colorado. A cervejaria faz parte do portfólio da Ambev e levou medalha de prata na categoria Cervejaria do Ano.

“Sou defensor dos artesanais e também do bom produto. Não penso no pequeno ou grande. Penso no produto bom. Temos que ser justos com todos”, afirma Develon.

Antes mesmo das respostas da pesquisa de qualidade, ele está convicto que é preciso melhorar a experiência do visitante, no festival. E isso passa por uma melhora na parte gastronômica.

“As cervejarias são a razão de tudo. Temos que escutá-las. O custo é alto para participar de grandes eventos e o Festival Brasileiro da Cerveja tem o custo benefício mais em conta, no mercado. Para o público, os valores dos ingressos estão congelado há quatro anos. Temos que entender nosso papel e entregar mais valor”, afirma Develon.

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