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Sônia Apolinário

Ficção disfarçada de documentário, 'O Rio de Janeiro de Ho Chi Minh' estreia nos cinemas

Na década de 1910, muito antes de tornar-se um ícone mundial do comunismo, Ho Chi Minh encontra o marinheiro brasileiro Faca Cega na cozinha de um navio francês em que ambos trabalhavam como cozinheiros. Eles se tornam amigos e passam quase um ano no Rio, onde o futuro herói da independência e da reunificação do Vietnã – que derrotou seguidamente França e Estados Unidos em guerras sangrentas – entra em contato com as ideias socialistas.

Este encontro casual mudou a trajetória do século XX.


Esta história é contada por Luiz Antônio Pilar, neto de Faca Cega, em "O Rio de Janeiro de Ho Chi Minh", filme de ficção disfarçado de documentário de busca, que estreia dia 14 de julho nos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Aracaju, Salvador, Tocantins e Curitiba, com distribuição da Pipa Pictures e produção assinada pela Moviola Filmes. No Rio de Janeiro, a exibição será às 21h, no Estação Net Rio (rua Voluntários da Pátria, 35, em Botafogo).


Em uma época de notícias falsas como a nossa, o longa pode ser descrito como um falso filme verdadeiro ou um verdadeiro filme falso. Cabe ao espectador decidir. Tudo neste filme é ficção. Menos as verdades. Esta é a ideia central de "O Rio de Janeiro de Ho Chi Minh", estreia de Claudia Mattos na direção de longas de ficção e que conta com Eduardo Vaisman na supervisão de direção. O filme está pronto há quatro anos.


"Com o psicopata que nos desgoverna e a Covid, foram quatro anos para ser lançado. Mas o filme é como o Ho Chi Minh, resiliente, e, lutando com paus e pedras, chegou lá", comentou Claudia Mattos.


O longa usa a estética documental para fazer uma invenção parecer um documentário histórico sério (não cômico). Seu tema central é a possibilidade de conjugar história e memória, fatos e ficção, verdades e mentiras. Seu objetivo é fundir e confundir todas estas categorias.


O roteiro desdobra o falso documentário em dois diferentes níveis. No primeiro, temos a amizade de Faca Cega e Ho Chi Minh e suas aventuras no Rio, em um período de extrema vivacidade cultural, com o nascimento e a disseminação do samba e a popularização do futebol, por exemplo. Eis o documentário de Pilar, neto de Faca Cega. Na segundo nível, acompanhamos as aventuras de Pilar, tentando realizar o documentário, suas dúvidas e incertezas. Juntos, resultam em um making of, realizado por Claudia, pesquisadora do projeto.


Além disso, o longa apresenta um riquíssimo material de arquivo, com filmes e fotografias de época, que mostram o Rio e o Vietnã do início do século 20. No entanto, alguns materiais foram deslocados espacial e temporalmente com o objetivo de servirem ao jogo de ficção e realidade que o filme propõe.


O mesmo se aplica às entrevistas. Especialistas e atores que fingem ser especialistas são entrevistados. Especialistas podem contar mentiras e atores podem falar sobre fatos históricos ou não. O fato é: todos os testemunhos – falsos ou verdadeiros – foram escritos no roteiro. Não há como saber quem diz a verdade e quem mente.


"O Rio de Janeiro de Ho Chi Minh" foi realizado com o apoio da Riofilme, Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e Ancine – FSA. Seu roteiro foi finalista do Festival de Havana (categoria Roteiros Inéditos) e recebeu consultoria do Laboratório Europeu de escritura Audiovisual.


Sinopse




O neto de um marinheiro sobrevivente da Rebelião Chibata tenta transformar em documentário a história que ouviu de seu avô quando criança. Na década de 1910, o velho era amigo de Ho Chi Minh (em foto de 1946, reprodução Wikipédia) trouxe o futuro líder vietnamita para o Rio de Janeiro e o apresentou ao socialismo. Essa amizade mudou a história do século XX. Tudo neste filme é ficção. Exceto pelas verdades.






Ficha Técnica

Roteiro e Direção: Claudia Mattos

Supervisão de Direção: Eduardo Vaisman

Assistente de Direção: Cíntia Albuquerque

Produção Executiva: Claudia Mattos

Direção de Produção: Elisa Passos

Assistente de Produção Executiva: Luciana Mattos

Direção de Fotografia: Daniel Leite

Operador de Câmera: Daniel Leite

Som Direto: Vilson Almeida

Direção de Arte: Emily Pirmez

Figurino: Domingos de Alcântara

Montagem: Giovanna Giovanini EDT

Mixagem: Vinícius Leal


ELENCO por ordem de aparição

Making Of

Luiz Antonio Pilar (Pilar)

Claudia Mattos (Claudia)

Vilson Almeida (Vilson)

Daniel Leite (Daniel)


Reconstituições

Alexandre Rosa (Faca Cega Velho)

Rian (Pilar Criança)

Tawa Chi Chan (Ho Chi Minh Jovem)

Thiago Hipólito (Faca Cega Jovem)

Lígia Veiga (Charlotte)

Jaqueline Correia (Joana e Maria Fortunata)

João Gabriel (Filho de Maria Fortunata)


Entevistados

Humberto Jansen (Humberto Jansen)

Flávio Mattos (Ammar Rafeh)

Ana Chagas (Isabelle Maristani)

Alessandra Tavares (Alessandra Tavares)

Samuel Cruz (Miguel dos Santos)

Josias Duarte (Jacques Hassan)

Haroldo Costa (Haroldo Costa)

Gracy Moreira (Gracy Moreira)

Lea Garcia (Lea Garcia)

Júlia Lindberg (Júlia Lindberg)

Ary Passos (Ary Passos)

José Luiz Ribeiro (José Luiz Ribeiro)

Vuong Thanh Nguyen (Vuong Thanh Nguyen)

Dilene Nascimento (Dilene Nascimento)

Narração Principal: Luiz Antônio Pilar

Narração Carta Maria Fortunata: Elisa Passos


Sobre a diretora Claudia Mattos


Depois de longa carreira como jornalista, onde trabalhou para O Globo, Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil, Claudia Mattos voltou-se para o setor audiovisual, no qual atua como roteirista, produtora e diretora. Além disso, comanda a produtora Moviola Filmes.


Nestas três funções realizou o longa-metragem documentário “Porto da Pequena África” e o curta-metragem ficção “Hora do Lanche”. As duas obras foram premiadas no Brasil e no exterior. Também escreveu e produziu o longa-metragem de ficção “180º” (melhor filme / escolha de público / Festival de Cinema de Gramado 2010, melhor roteiro / prêmio do júri / Inffinito Film Festival Miami 2011 e Roteiro do Ano / Brazilian Foreign Press Association 2012).


Claudia tem uma sólida formação acadêmica com PhD em Comunicação e Cultura pela UFRJ, onde defendeu a tese “Um filme de…” e vários livros de ficção e ensaio publicados.


Principais Prêmios

HORA DO LANCHE (2015)

– The Kids Festival (ESP) – Melhor Direção e Cinematografia

– CreActive IOFF (EUA) Melhor Curta-Metragem para Crianças

– FIC Kunta Kinte (COL) Melhor Curta-Metragem

– 9º Prêmio Brasil de Cinema Infantil (BRA) Melhor Curta-Metragem (finalista)

– Festival de Cinema Infanto-Juvenil de Porto Alegre (BRA) Melhor Filme

– Festival de Vitória (BRA) – Melhor Curta para Crianças


PORTO DA PEQUENA ÁFRICA (2015)

– Festival de Cinema do Vale do Silício (EUA) Melhor Longa-Metragem Documentário

– CreActive IOFF (EUA) Country Best Award

– FIC Kunta Kinte (COL) Melhor documentário

180º (2011)

– Festival de Gramado (BRA) – Melhor Filme

– Festival Inffinito / Miami (EUA) Melhor Roteiro e Melhor Direção

– Associação de Correspondentes de Imprensa Estrangeira (BRA) – Melhor Roteiro do ano de 2012


Veja o trailer


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