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Sônia Apolinário

Série explora temas de revistas femininas e o avanço do jornalismo digital sobre o impresso

Depois de “Emily in Paris”, agora os holofotes dos que amam séries leves com se voltam para “The Bold Type”. É inspirada na vida da ex-editora-chefe da revista “Cosmopolitan” Joanna Coles, que também esteve à frente da Marie Claire.



A "Cosmopolitan" é uma revista feminina, publicada desde 1886, nos Estados Unidos. O título faz parte da Hearst Corporation. Atualmewnte, Joanna é apresentadora e produtora executiva de televisão. E ela é uma das produtoras executivas de “The Bold Type” (ou “Letra em Negrito”).


Na série, a personagem inspirada nela é Jaqueline Carlyle (Melora Hardin, na foto, a segunda da direita para a esquerda), a editora-chefe da revista “Scarlet”. Porém, ela não é a protagonista e sim o trio formado pela repórter Jane (Katie Stevens, na foto, primeira à direita), a diretora de mídias sociais Kat (Aisha Dee, primeira à esquerda) e a assistente Sutton (Meghann Fahy) – três amigas inseparáveis, todas com vinte e poucos anos.


Tem momentos que você pode achar que está vendo o filme “O Diabo Veste Prada” por conta de chefes e suas solicitações enlouquecidas ou o closet - portal mágico onde roupas da mais recente temporada de moda se juntam às da temporada anterior e ficam à disposição de alguns funcionários da revista.


Como não conheço a realidade de trabalho dos meios de comunicação, no exterior (a série é gravada no Canadá, mas a história se passa em Nova York, com direito a algumas paisagens), nem vou entrar no mérito do que é considerado “apuração para escrever um artigo”.


Para mim, o mais interessante da série é que ela se passa no momento em que a prestigiada mídia impressa começa a perder terreno para o digital. E o reinado de Jaqueline é ameaçado.

Como em "Emily in Paris”, dá para ter dicas aqui e ali sobre tendências e boas práticas de mídias digitais – por lá, o Snapchat ainda está reinando.


Há diálogos explícitos sobre o que deve ser explorado em uma revista impressa e o que deve ser tema do ambiente digital – basicamente, se é sério, é para o impresso; tudo o mais “que interessa”, é para o digital.


A série mostra a importância dos comentários para a vida saudável de um veículo de comunicação em tempos de mídias digitais. Recentemente, inclusive, Ivana Bentes, professora, pesquisadora e ex-diretora da Escola de Comunicação da UFRJ, cunhou o termo “comentariado”.


Ente uma e outra questão que fala diretamente sobre jornalismo, os temas que marcam presença em uma publicação voltada para o público feminino são também os temas de alguns episódios. Assim, a dificuldade em se ter orgasmos; fingir satisfação para o parceiro; abusos e estupro; sororidade e namoro em ambiente de trabalho são assuntos abordados em cena, mas tudo de forma bem leve. Um dos temas que ganha um fôlego maior é o relacionamento homossexual entre mulheres, por conta de uma das amigas, que se julgava hétero, mas se descobre atraída e apaixonada por outra mulher.


Bebe-se álcool como em tempos passados se acendiam cigarros em cena; as garotas estão sempre impecavelmente arrumadas - a atriz Katie Stevens parece até que é de plástico; muitas vezes, a chefona vira mãezona e as amigas se envolvem em algumas situações Inverossímeis. Mas é ficção e tá valendo.


A série estreou em 2017 como um programa piloto chamado “Issues”. Fez sucesso e entrou em produção. A quinta e última temporada acabou de ser gravada. As outras quatro estão disponíveis na Netflix.



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